O Dia do Trabalho, celebrado anualmente em 1º de maio, é muito mais do que um feriado. É uma data marcada por sangue, resistência e conquistas. A origem remonta a 1886, nos Estados Unidos, quando trabalhadores de Chicago decidiram cruzar os braços exigindo melhores condições de trabalho — especialmente a jornada de oito horas diárias, em uma época em que 12 horas ou mais de expediente eram comuns.

A greve geral iniciada naquele 1º de maio mobilizou cerca de 340 mil operários em todo o país. A paralisação ganhou força, mas também enfrentou forte repressão. No dia 3 de maio, a polícia matou alguns grevistas. No dia seguinte, um protesto na Praça Haymarket, em Chicago, culminou em um atentado: uma bomba explodiu perto dos policiais. O episódio resultou na morte de sete agentes e quatro civis, e desencadeou uma repressão violenta. Centenas foram presos e mais de cem trabalhadores ficaram feridos. Até hoje, não se sabe quem lançou o explosivo. Há quem suspeite que tenha sido uma ação orquestrada para justificar a violência.

Apesar da tragédia, a mobilização entrou para a história. Anos depois, em 1919, a França reconheceu oficialmente a jornada de oito horas e decretou o 1º de maio como feriado nacional. A União Soviética fez o mesmo em 1920, e o movimento se espalhou por diversos países.

No Brasil, a data começou a ser lembrada de forma informal no início do século XX e foi oficializada durante o governo de Artur Bernardes. Ganhou ainda mais força na Era Vargas, quando passou a ser usada como instrumento político, com anúncios de medidas trabalhistas justamente nesse dia. Só em 2002, a data foi instituída como feriado nacional por meio de lei.