A 84 quilômetros de Maceió, em Maribondo, uma rua de nome simples esconde um trabalho transformador. A Rua Santa Tercília, mais conhecida como "rua do campo", passou a ser endereço de acolhimento, cuidado e cidadania com a inauguração da Associação Comunitária Amigos de Maribondo, em maio deste ano. O deputado federal Marx Beltrão esteve presente na inauguração!
Criada com o objetivo de aproximar serviços essenciais da população, a Associação já atende dezenas de moradores por semana. "O que me motivou a criar a Associação foi perceber que tanta gente precisava de ajuda, sem ter onde recorrer. A gente resolveu agir", conta Victor Pedrosa, fundador da instituição.

Logo na entrada do prédio funciona a triagem clínica. Pressão arterial, glicemia, temperatura e outros indicadores são verificados pela técnica de enfermagem Maria da Piedade, que faz o primeiro atendimento. “Aqui fazemos a pressão, glicemia, temperatura, frequência cardíaca... é um primeiro cuidado importante”, explica.
Na sala ao lado, o foco é na alimentação saudável. O atendimento nutricional é feito por duas profissionais que se revezam semanalmente: Roseane Pinheiro e Danielle Marques. “A gente conversa, escuta a história de cada um e monta um plano que cabe no dia a dia”, diz Roseane. Já Danielle reforça: “Revezamos o atendimento toda semana. A procura está grande, sinal de que isso faz diferença.”
Outro serviço essencial ofertado à comunidade é o acompanhamento psicológico. “Aqui a gente recebe quem precisa de desabafo, orientação, cuidado emocional”, afirma a psicóloga Jaqueline Venâncio, que atende no local.
Além dos atendimentos individuais, a Associação está prestes a iniciar aulas coletivas de dança e treino funcional. A iniciativa pretende unir saúde, movimento e bem-estar. “Já estou ansiosa! Vai ser espaço de alegria, movimento e saúde”, comemora a professora Claudinha Ferreira, que vai liderar as atividades.
Enquanto os atendimentos seguem nas salas, na cozinha da Associação outro cuidado ganha forma: o munguzá. Preparado com dedicação pelo coordenador José Nivaldo — o popular "Nivaldo do pastel" — o prato típico é distribuído no fim da tarde. “Aqui a cozinha nunca para. Hoje é munguzá, outro dia tem sopa. O importante é alimentar com carinho”, diz ele.
O presidente da Associação, José de Freitas, destaca que a ideia é ampliar as ações e inovar no cardápio. “Nosso plano é ampliar: novos pratos, mais serviços, mais cuidado pra comunidade.”

O cadastro para receber os atendimentos é simples: documento com foto e comprovante de residência. “O cadastro é simples: documento, comprovante de residência e a pessoa já está incluída”, reforça Victor.
Para quem mora na região, a presença da Associação faz diferença. A agricultora Leide Santos celebra: “Mudança grande. Agora a gente é atendido aqui, pertinho, sem precisar sair.” A dona de casa Rosilda Eugênio completa: “É gratificante: nutricionista, psicóloga, atenção pra quem precisa — tudo bem aqui.”
A Associação funciona de segunda a sábado. De segunda a sexta-feira são realizados os atendimentos clínicos e, aos sábados, o cadastramento dos moradores interessados. De acordo com a coordenação, novas ações estão previstas para os próximos meses. “Vamos trazer atendimento odontológico, cursos profissionalizantes, oficinas... tem muito mais por vir”, adianta Victor Pedrosa.
No fim da tarde, a fila para o munguzá já é uma tradição. “Vem que tem munguzá pra todo mundo!”, anuncia animado Nivaldo. Entre os que participam da distribuição está a ex-prefeita Leopoldina Amorim, que hoje atua como madrinha da Associação. “Eu me realizo ajudando. Aqui, com esse povo, me sinto em casa”, afirma.
A Amigos de Maribondo é mais que uma associação: é um ponto de encontro entre cuidado, afeto e dignidade. Em uma rua antes silenciosa, hoje se ouve esperança.
